Assembleias promovidas pelo SINPRO ABC reúnem mais de 180 professores. Presentes recusam aumento somente pelo INPC e reforçam necessidade de mobilização
No dia 3 de março, representantes dos professores e da patronal estiveram reunidos, mas, infelizmente, não houve avanço, já que a Fiesp não apresentou contraproposta de reajuste salarial.
Em fevereiro, os docentes da rede Sesi/Senai já sinalizaram que não estão para brincadeira. Reunidos em assembleia, os presentes disseram ‘não’ a um possível reajuste de somente 6,3%.
A reivindicação dos sindicatos é de 12% (reposição da inflação mais aumento real), que equivale a uma recuperação de, aproximadamente, 5% nos salários defasados dos professores. Outro ponto reivindicado pelos docentes é a manutenção das cláusulas sociais.
Acompanhe em nosso site www.sinpro-abc.org.br todas as novidades da Campanha Salarial 2009.
Carta aberta
A Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo - e sindicatos integrantes vêm a público protestar contra os baixos salários dos professores do Sesi/Senai e reivindicar a adoção imediata de uma política que garanta aumento real à categoria.
Nas diversas propagandas institucionais veiculadas na grande imprensa, a Fiesp insiste em mostrar a educação como grande prioridade. Para tanto, enfatiza o alto nível alcançado pelo Sesi e Senai.
Mas há algo que essas propagandas não contam: o padrão de qualidade do Sesi/Senai foi alcançado às custas do trabalho dos professores. Para a categoria, o preço das reestruturações pedagógicas e de gestão foi muito alto. A sobrecarga de trabalho e a baixa remuneração são os sintomas mais evidentes.
Isso não pode continuar! Não é compreensível exigir níveis de qualidade e de produtividade sem uma remuneração justa e sem a melhoria das condições de trabalho.
Nossa reivindicação é legítima e se fundamenta nos princípios que o presidente da Fiesp diz defender. Afinal, quem prioriza a educação valoriza o trabalho do professor com uma remuneração justa.
Assembleias promovidas pelo SINPRO ABC reúnem mais de 180 professores. Presentes recusam aumento somente pelo INPC e reforçam necessidade de mobilização

No dia 3 de março, representantes dos professores e da patronal estiveram reunidos, mas, infelizmente, não houve avanço, já que a Fiesp não apresentou contraproposta de reajuste salarial.

Em fevereiro, os docentes da rede Sesi/Senai já sinalizaram que não estão para brincadeira. Reunidos em assembleia, os presentes disseram ‘não’ a um possível reajuste de somente 6,3%.

A reivindicação dos sindicatos é de 12% (reposição da inflação mais aumento real), que equivale a uma recuperação de, aproximadamente, 5% nos salários defasados dos professores. Outro ponto reivindicado pelos docentes é a manutenção das cláusulas sociais.

Carta aberta
A Fepesp - Federação dos Professores do Estado de São Paulo - e sindicatos integrantes vêm a público protestar contra os baixos salários dos professores do Sesi/Senai e reivindicar a adoção imediata de uma política que garanta aumento real à categoria.

Nas diversas propagandas institucionais veiculadas na grande imprensa, a Fiesp insiste em mostrar a educação como grande prioridade. Para tanto, enfatiza o alto nível alcançado pelo Sesi e Senai.

Mas há algo que essas propagandas não contam: o padrão de qualidade do Sesi/Senai foi alcançado às custas do trabalho dos professores. Para a categoria, o preço das reestruturações pedagógicas e de gestão foi muito alto. A sobrecarga de trabalho e a baixa remuneração são os sintomas mais evidentes.
Isso não pode continuar! Não é compreensível exigir níveis de qualidade e de produtividade sem uma remuneração justa e sem a melhoria das condições de trabalho.

Nossa reivindicação é legítima e se fundamenta nos princípios que o presidente da Fiesp diz defender. Afinal, quem prioriza a educação valoriza o trabalho do professor com uma remuneração justa.

Atividades acontecem há quase três mesesHá cerca de três meses, estudantes chilenos iniciaram uma série de mobilizações contra as ações do governo de Sebastián Piñera. Os manifestantes querem um novo modelo de educação, de Estado e erguem bandeiras de luta como “Por uma educação pública”, “Educação não se vende” e ordens contra privatizações.
Em um dos mais recentes protestos, realizado em 5 de agosto, 847 manifestantes foram presos e 90 policiais ficaram feridos, segundo o jornal Estadão. Na ocasião, os líderes do movimento exigiram propostas do governo para melhorar a educação pública e avisaram que a mobilização continuará. No dia 7 de agosto, pais de alunos foram às ruas para apoiar o movimento e criticaram o decreto que coibiu a ação dos estudantes.
Dias depois (9), uma greve nacional da educação rejeitou as propostas apresentadas, já que o Ministério da Educação não atendeu  o principal item de reivindicação, que é a criação de uma rede de ensino pública, gratuita e de qualidade.
A articulação estudantil tem sido classificada com uma das mais importantes da história, uma vez que, além de alunos da rede pública, engrossam a luta a população local, os estudantes de escolas particulares e centros de formação, o que corresponde a todo o sistema educacional do país. No fim de junho, cerca de 400 mil pessoas foram às ruas no Chile para pedir melhorias na educação.
Durante as diversas marchas, centenas de manifestantes foram presos e as autoridades chegaram a limitar a ação e a aproximação dos estudantes da sede presidencial.
De acordo com o jornal O Trabalho, dados recentes indicam que a educação no Chile é uma das mais caras do mundo. Segundo a publicação, 50% dos jovens que chegam à universidade estão em instituições privadas.
Atividades acontecem há quase três meses

Há cerca de três meses, estudantes chilenos iniciaram uma série de mobilizações contra as ações do governo de Sebastián Piñera. Os manifestantes querem um novo modelo de educação, de Estado e erguem bandeiras de luta como “Por uma educação pública”, “Educação não se vende” e ordens contra privatizações.

Em um dos mais recentes protestos, realizado em 5 de agosto, 847 manifestantes foram presos e 90 policiais ficaram feridos, segundo o jornal Estadão. Na ocasião, os líderes do movimento exigiram propostas do governo para melhorar a educação pública e avisaram que a mobilização continuará. No dia 7 de agosto, pais de alunos foram às ruas para apoiar o movimento e criticaram o decreto que coibiu a ação dos estudantes.

Dias depois (9), uma greve nacional da educação rejeitou as propostas apresentadas, já que o Ministério da Educação não atendeu  o principal item de reivindicação, que é a criação de uma rede de ensino pública, gratuita e de qualidade.

A articulação estudantil tem sido classificada com uma das mais importantes da história, uma vez que, além de alunos da rede pública, engrossam a luta a população local, os estudantes de escolas particulares e centros de formação, o que corresponde a todo o sistema educacional do país. No fim de junho, cerca de 400 mil pessoas foram às ruas no Chile para pedir melhorias na educação.

Durante as diversas marchas, centenas de manifestantes foram presos e as autoridades chegaram a limitar a ação e a aproximação dos estudantes da sede presidencial.

De acordo com o jornal O Trabalho, dados recentes indicam que a educação no Chile é uma das mais caras do mundo. Segundo a publicação, 50% dos jovens que chegam à universidade estão em instituições privadas.

De pé, ó vítimas da fome!
De pé, famélicos da terra!
Da ideia a chama já consome,
A crosta bruta que a soterra.
Cortai o mal bem pelo fundo!
De pé, de pé, não mais senhores!
Se nada somos neste mundo,
Sejamos tudo, ó produtores!
Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
De uma Terra sem amos
A Internacional!
Messias, Deus, chefes supremos,
Nada esperemos de nenhum!
Sejamos nós quem conquistemos
A Terra-Mãe livre e comum!
Para não ter protestos vãos,
Para sair deste antro estreito,
Façamos nós, por nossas mãos,
Tudo o que a nós diz respeito!
Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
De uma Terra sem amos
A Internacional!
Crime de rico a lei o cobre,
O Estado esmaga o oprimido.
Não há direitos para o pobre,
Ao rico tudo é permitido.
À opressão não mais sujeitos!
Somos iguais todos os seres.
Não mais deveres sem direitos,
Não mais direitos sem deveres!
Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
De uma Terra sem amos
A Internacional!
Abomináveis na grandeza,
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha!
Todo o produto de quem sua
A corja rica o recolheu.
Querendo que ela o restitua,
O povo só quer o que é seu!
Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
De uma Terra sem amos
A Internacional!
Fomos de fumo embriagados,
Paz entre nós, guerra aos senhores!
Façamos greve de soldados!
Somos irmãos, trabalhadores!
Se a raça vil, cheia de galas,
Nos quer à força canibais,
Logo verá que as nossas balas
São para os nossos generais!
Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
De uma Terra sem amos
A Internacional!
Somos o povo dos ativos
Trabalhador forte e fecundo.
Pertence a Terra aos produtivos;
Ó parasita, deixa o mundo!
Ó parasita, que te nutres
Do nosso sangue a gotejar,
Se nos faltarem os abutres
Não deixa o sol de fulgurar!
Bem unidos façamos,
Nesta luta final!
Uma terra sem amos
A Internacional!
De pé, ó vítimas da fome!
De pé, famélicos da terra!
Da ideia a chama já consome,
A crosta bruta que a soterra.
Cortai o mal bem pelo fundo!
De pé, de pé, não mais senhores!
Se nada somos neste mundo,
Sejamos tudo, ó produtores!

Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
De uma Terra sem amos
A Internacional!

Messias, Deus, chefes supremos,
Nada esperemos de nenhum!
Sejamos nós quem conquistemos
A Terra-Mãe livre e comum!
Para não ter protestos vãos,
Para sair deste antro estreito,
Façamos nós, por nossas mãos,
Tudo o que a nós diz respeito!

Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
De uma Terra sem amos
A Internacional!

Crime de rico a lei o cobre,
O Estado esmaga o oprimido.
Não há direitos para o pobre,
Ao rico tudo é permitido.
À opressão não mais sujeitos!
Somos iguais todos os seres.
Não mais deveres sem direitos,
Não mais direitos sem deveres!

Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
De uma Terra sem amos
A Internacional!

Abomináveis na grandeza,
Os reis da mina e da fornalha
Edificaram a riqueza
Sobre o suor de quem trabalha!
Todo o produto de quem sua
A corja rica o recolheu.
Querendo que ela o restitua,
O povo só quer o que é seu!

Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
De uma Terra sem amos
A Internacional!

Fomos de fumo embriagados,
Paz entre nós, guerra aos senhores!
Façamos greve de soldados!
Somos irmãos, trabalhadores!
Se a raça vil, cheia de galas,
Nos quer à força canibais,
Logo verá que as nossas balas
São para os nossos generais!

Bem unidos façamos,
Nesta luta final,
De uma Terra sem amos
A Internacional!

Somos o povo dos ativos
Trabalhador forte e fecundo.
Pertence a Terra aos produtivos;
Ó parasita, deixa o mundo!
Ó parasita, que te nutres
Do nosso sangue a gotejar,
Se nos faltarem os abutres
Não deixa o sol de fulgurar!

Bem unidos façamos,
Nesta luta final!
Uma terra sem amos
A Internacional!

O Hino A Internacional surgiu de um poema escrito por Eugéne Pottier, em junho de 1871. Em 1910, no Congresso da II Internacional, em Copenhague, o hino foi tocado e cantado por uma orquestra e um coral de 500 pessoas, quando foi consagrado o hino internacional dos trabalhadores.

No Brasil, em 1º de maio de 1906, A Internacional foi cantada em uma manifestação em São Paulo.
Até os dias atuais, A Internacional é cantada por manifestantes, em diversas ocasiões de luta.

Milhares de estudantes e professores iniciaram nesta terça-feira uma grande marcha pelo centro de Santiago, em uma nova manifestação convocada para exigir uma reforma no sistema educacional e que busca demonstrar a coesão dos movimentos sociais neste tema. "Hoje vamos dar um forte sinal de unidade dos movimentos sociais para transformar a educação deste País", afirmou o presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECH), Gabriel Boric, em uma coletiva de imprensa antes do início da manifestação.
A marcha foi convocada pela Confederação de Estudantes do Chile (CONFECH) e por associações de estudantes de ensino médio, e contou com a adesão do Colégio de Professores e da Central Única de Trabalhadores (CUT). Os manifestantes se reuniram em frente à Universidade de Santiago, no oeste da cidade, e avançavam pacificamente pela central Avenida Alameda, constatou a AFP.
O protesto ocorre após uma série de marchas não autorizadas registradas na última quinta-feira em vários municípios de Santiago e que terminaram em confrontos com a polícia, deixando mais de uma centena de detidos. Cerca de dez escolas públicas de Santiago permanecem ocupadas por seus estudantes, assim como a sede da Universidade do Chile, a principal do país.
Os estudantes exigem desde o ano passado uma profunda reforma no sistema educacional chileno, herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que reduziu para menos da metade as contribuições públicas à educação e incentivou a inclusão do ensino particular.
Como consequência dessas reformas, o Chile conta hoje com um dos sistemas educacionais mais desiguais e caros do planeta, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Apenas 40% dos estudantes do ensino médio estudam em colégios públicos gratuitos e não existe a gratuidade nas universidades. No ano passado, os estudantes organizaram mais de 40 passeatas por Santiago.
Milhares de estudantes e professores iniciaram nesta terça-feira, 28 de agosto, uma grande marcha pelo centro de Santiago, em uma nova manifestação convocada para exigir uma reforma no sistema educacional e que busca demonstrar a coesão dos movimentos sociais neste tema. "Hoje vamos dar um forte sinal de unidade dos movimentos sociais para transformar a educação deste País", afirmou o presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECH), Gabriel Boric, em uma coletiva de imprensa antes do início da manifestação.

A marcha foi convocada pela Confederação de Estudantes do Chile (CONFECH) e por associações de estudantes de ensino médio, e contou com a adesão do Colégio de Professores e da Central Única de Trabalhadores (CUT). Os manifestantes se reuniram em frente à Universidade de Santiago, no oeste da cidade, e avançavam pacificamente pela central Avenida Alameda, constatou a AFP.

O protesto ocorre após uma série de marchas não autorizadas registradas na última quinta-feira em vários municípios de Santiago e que terminaram em confrontos com a polícia, deixando mais de uma centena de detidos. Cerca de dez escolas públicas de Santiago permanecem ocupadas por seus estudantes, assim como a sede da Universidade do Chile, a principal do país.

Os estudantes exigem desde o ano passado uma profunda reforma no sistema educacional chileno, herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que reduziu para menos da metade as contribuições públicas à educação e incentivou a inclusão do ensino particular.

Como consequência dessas reformas, o Chile conta hoje com um dos sistemas educacionais mais desiguais e caros do planeta, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Apenas 40% dos estudantes do ensino médio estudam em colégios públicos gratuitos e não existe a gratuidade nas universidades. No ano passado, os estudantes organizaram mais de 40 passeatas por Santiago.

Fonte: Terra Educação

Discurso de moralização do sistema para ver quanto mais ganharão os capitalistas
As ruas de Londres estiveram tomadas por manifestantes, em abril, que protestam contra a reunião dos governos dos 20 países chamados “mais ricos do mundo” (G20), com um esquema de segurança monstruoso.
O presidente francês Sarkozy, em matéria publicada no Estadão, diz que: “O que o mundo está esperando de nós é que aceleremos a reforma do sistema financeiro internacional. Que reconstruamos, juntos, um capitalismo renovado, mais regulamentado, mais ético e solidário” (1/04).
Capitalismo mais ético e solidário? Que o digam os trabalhadores da França que veem bilhões destinados aos bancos, enquanto seus empregos viram poeira. Por isso mesmo eles foram à greve geral em 19 de março, com 3,5 milhões de pessoas saindo às ruas das cidades francesas.
O primeiro ministro britânico, Gordon Brown, veio ao Brasil em 27 de março para encontrar-se com Lula. Peter Mandelson, membro de seu governo, declarou à imprensa: “Também aplaudo a liderança do presidente Lula, que tem sido firme e vigoroso em defender o comércio livre e justo como uma forma de evitar o enfraquecimento da economia global por causa do protecionismo. E o presidente Lula vai encontrar um aliado muito forte no primeiro ministro britânico” (jornal Valor 26/03).
Comércio livre e justo, combate ao protecionismo? Isso quer dizer derrubar todas as medidas de proteção e dar toda liberdade para aprofundar a exploração capitalista, em todo o mundo, em particular nos países dominados pelo imperialismo.
O jornal britânico The Economist, porta-voz do capital financeiro, diz abertamente qual deve ser a “tarefa” do G20:
A verdadeira “tarefa”
“É necessário que os governos empreendam uma difícil reviravolta política. A longo prazo, será preciso reencontrar um mercado de trabalho mais flexível. Isto é, parar com as políticas de subsídios ao emprego, acabar com os privilégios dos assalariados protegidos e facilitar as políticas de reestruturação das empresas, permitindo demissões de seus empregados. Pois quanto mais facilmente os empregos possam ser destruídos, mais facilmente poderão ser recriados. Ajudar as pessoas a conservarem seus empregos arrisca ser um freio para o ajuste futuro. Isso requer certa agilidade política, mas será a condição indispensável para não comprometer o crescimento. O desemprego aumentará muito rapidamente. Milhões de vidas serão atingidas em alguns anos. A tarefa dos políticos é tornar possível que a miséria não seja medida por décadas”.
Às vésperas da reunião, o “Financial Times” publicou o projeto de comunicado final do G20. O texto fala em “ações fiscais coordenadas e sem precedentes”, da “maior mobilização de recursos financeiros dos tempos modernos”, e afirma que “estamos determinados a tomar medidas fiscais que chegam a ‘X’ trilhões”. Ou seja, só falta discutir quantos trilhões mais serão usados para salvar os bancos e empresas capitalistas e o sistema baseado na propriedade privada dos grandes meios de produção!
Fonte: Jornal O Trabalho, nº 655, abril de 2009
Discurso de moralização do sistema para ver quanto mais ganharão os capitalistas

As ruas de Londres estiveram tomadas por manifestantes, em abril, que protestam contra a reunião dos governos dos 20 países chamados “mais ricos do mundo” (G20), com um esquema de segurança monstruoso.

O presidente francês Sarkozy, em matéria publicada no Estadão, diz que: “O que o mundo está esperando de nós é que aceleremos a reforma do sistema financeiro internacional. Que reconstruamos, juntos, um capitalismo renovado, mais regulamentado, mais ético e solidário” (1/04).

Capitalismo mais ético e solidário? Que o digam os trabalhadores da França que veem bilhões destinados aos bancos, enquanto seus empregos viram poeira. Por isso mesmo eles foram à greve geral em 19 de março, com 3,5 milhões de pessoas saindo às ruas das cidades francesas.

O primeiro ministro britânico, Gordon Brown, veio ao Brasil em 27 de março para encontrar-se com Lula.  Peter Mandelson, membro de seu governo, declarou à imprensa: “Também aplaudo a liderança do presidente Lula, que tem sido firme e vigoroso em defender o comércio livre e justo como uma forma de evitar o enfraquecimento da economia global por causa do protecionismo. E o presidente Lula vai encontrar um aliado muito forte no primeiro ministro britânico” (jornal Valor 26/03).

Comércio livre e justo, combate ao protecionismo? Isso quer dizer derrubar todas as medidas de proteção e dar toda liberdade para aprofundar a exploração capitalista, em todo o mundo, em particular nos países dominados pelo imperialismo.

O jornal britânico The Economist, porta-voz do capital financeiro, diz abertamente qual deve ser a “tarefa” do G20:

A verdadeira “tarefa”
“É necessário que os governos empreendam uma difícil reviravolta política. A longo prazo, será preciso reencontrar um mercado de trabalho mais flexível. Isto é, parar com as políticas de subsídios ao emprego, acabar com os privilégios dos assalariados protegidos e facilitar as políticas de reestruturação das empresas, permitindo demissões de seus empregados. Pois quanto mais facilmente os empregos possam ser destruídos, mais facilmente poderão ser recriados. Ajudar as pessoas a conservarem seus empregos arrisca ser um freio para o ajuste futuro. Isso requer certa agilidade política, mas será a condição indispensável para não comprometer o crescimento. O desemprego aumentará muito rapidamente. Milhões de vidas serão atingidas em alguns anos. A tarefa dos políticos é tornar possível que a miséria não seja medida por décadas”.

Às vésperas da reunião, o “Financial Times” publicou o projeto de comunicado final do G20. O texto fala em “ações fiscais coordenadas e sem precedentes”, da “maior mobilização de recursos financeiros dos tempos modernos”, e afirma que “estamos determinados a tomar medidas fiscais que chegam a ‘X’ trilhões”. Ou seja, só falta discutir quantos trilhões mais serão usados para salvar os bancos e empresas capitalistas e o sistema baseado na propriedade privada dos grandes meios de produção!

Fonte: Jornal O Trabalho, nº 655, abril de 2009

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