A CUT, em parceria com entidades dos movimentos sindical e feminista, realiza, nesta quarta-feira (8), a mobilização nacional das mulheres em defesa da aposentadoria, contra a Reforma da Previdência, pelo fim da violência de gênero e pela legalização e descriminalização do aborto.

Com o lema “Aposentadoria fica , Reforma Sai”, as manifestações acontecerão em todas as capitais do país e em diversas cidades. O ato nacional acontecerá na capital paulista. A secretária nacional da Mulher Trabalhadora, Junéia Martins Batista, explica como será a programação.

“A CUT realizará a assembleia das Trabalhadoras em frente ao prédio do INSS no Viaduto Santa Efigênia, das 13h30 às 15h. Ao final sairemos em caminhada para a Praça da Sé onde nos somaremos ao ato unificado das mulheres a partir das 17h”, conta a dirigente CUTista.

A CUT também participa das assembleias do SINPEEM (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo) e APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) que serão realizadas para impulsionar o Dia Nacional de Paralisação, que será realizado no próximo dia 15 de março contra o desmonte da previdência.

Amanhã, 8 de março, é o Dia Internacional da Mulher. No mundo inteiro, organizações feministas e populares convocaram uma greve internacional das mulheres para defender os direitos reprodutivos e contra a violência, entendida como a violência econômica, institucional e interpessoal. No Brasil, é dia de luta contra as assustadoras taxas de feminicídio, contra a cultura do estupro, contra a imensa disparidade salarial no mercado de trabalho e, no atual cenário político, contra o ataque aos direitos femininos que representa a reforma da Previdência do governo Michel Temer, cujas propostas prejudicam imensamente as trabalhadoras.

Para marcar essa luta, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) lançou um material contra a reforma da Previdência destinado às professoras da educação básica, uma das categorias mais afetadas pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016. “Somos nós, professoras, que alfabetizamos os meninos e meninas de todo o Brasil, que ensinamos as primeiras letras e os primeiros números, que ajudamos a abrir o caminho de milhões de crianças para uma formação humana e cidadã. Fazemos isso enfrentando as dificuldades impostas por salas de aulas lotadas, por salários baixos que nos obrigam a dar aulas em mais de uma escola para complementar a renda e por preparações de aulas e correções de atividades que tomam nossos fins de semana e feriados sem que; muitas vezes, sequer sejamos remuneradas para isso”, ressalta a publicação da Contee.

“Mas agora o governo quer nos roubar ainda mais. Nós, que começamos a trabalhar entre os 18 e os 21 anos, e que, pela Constituição, poderíamos nos aposentar após 25 anos efetivo exercício do magistério, teremos que esperar até os 67 ou 70 anos para ter direito à nossa aposentadoria integral. E não se trata apenas de nos forçar a trabalhar mais do que o dobro dos anos que trabalharíamos. A verdade é que, pela proposta do governo, nunca conseguiremos nos aposentar, pois se as escolas particulares, hoje, pouco mantêm professoras com mais de 50 anos em seus quadros, que instituição manterá uma mulher de 70 anos com dezenas de crianças numa classe da educação infantil?”

Diante desse golpe, a Contee convoca todos as trabalhadoras e trabalhadores em educação, mulheres e homens, a participar das mobilizações de 8 de março em todos os estados e municípios. O combate à violência contra as mulheres é uma luta de todos e todas. A luta pela preservação dos direitos trabalhistas e previdenciários também.

Fonte: Contee

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