Irresponsabilidade do Governo Estadual provoca falta d´água
em escolas estaduais

    Durante a campanha eleitoral para o Governo de São Paulo, o Governador Geraldo Alckmin, então candidato à reeleição pelo PSDB, pronunciou-se algumas vezes sobre a crise hídrica que ocorre no estado e vem causando falta d´água em diversas cidades, penalizando sobretudo a população mais pobre, que mora na periferia. Estima-se que mais de 18 milhões de pessoas em 18 cidades já sofrem com a escassez de água. Em todas as ocasiões, durante a campanha, o Governador minimizou a crise e assegurou que não haveria racionamento de água.
    Mal foram apuradas as urnas, com a reeleição do Governador em primeiro turno, a Sabesp passou a admitir o racionamento e houve uma brutal ampliação das regiões onde falta água, atingindo agora até mesmo bairros de classe média. O caso assumiu tal gravidade que escolas e hospitais vêm sendo atingidos, provocando uma situação que afeta serviços públicos essenciais à população.
    Diante desses fatos, podemos qualificar o Governo Estadual como irresponsável e incompetente no trato desta questão. É preciso lembrar que o atual Governador participa do Governo Estadual desde 1995 e que já havia sido Governador entre 2001 e 2006. Há pelo menos 10 anos o Governo estadual vem sendo alertado para a necessidade de obras para a captação de água, em função do potencial esgotamento do Sistema Cantareira, mas nada foi feito.
    O Governo Estadual culpa a escassez de chuvas pela atual crise. Omite, porém, que o próprio Governo tem responsabilidade sobre esta situação, pois não apenas permitiu, como incentivou, o desmatamento ilegal e a abusiva cultura da cana de açúcar em grandes extensões de terra em todo o estado. Isto, obviamente, impactou o ciclo da água, contribuindo para a estiagem.
    Como consequência da gestão irresponsável e predatória dos recursos hídricos, há falta d´água em diversas escolas, sobretudo nas regiões periféricas. Isto pode colocar em risco o cumprimento dos 200 dias letivos obrigatórios de acordo com a LDB. Como será a postura do Governo Estadual perante esta situação? Não podemos aceitar que a conduta irresponsável deste governo signifique prejuízo ao recesso escolar e às férias de professores e estudantes.
Maria Izabel Azevedo Noronha
Presidenta da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo)

CGU não vê irregularidade no Pronatec

Em relação à matéria publicada nO domingo (19/10) no jornal Folha de S. Paulo sob o título "Auditoria aponta descontrole em vitrine de Dilma", a Controladoria-Geral da União (CGU) esclarece que:

1. O relatório da CGU mencionado na matéria não demonstra descontrole no Pronatec, pelo contrário, ele representa a clara existência de controle, em dois níveis, coisa que só passou a existir nos últimos anos, exatamente porque o governo criou e garantiu autonomia à Controladoria: o controle primário a cargo do órgão gestor (no caso, o MEC) e o de segundo grau, ou de supervisão, que cabe à CGU.

2. A CGU não pode aceitar a utilização dos seus trabalhos, feitos com seriedade e isenção, para interpretações distorcidas, sobretudo às vésperas das eleições.

3. A CGU foi procurada pela equipe de reportagem do jornal e, entre os diversos pontos que foram respondidos, foi deixado claro que o relatório em questão não apontou irregularidades no Pronatec, e sim apenas ressalvas e necessidades de aprimoramento dos controles, o que acontece na maioria dos programas de grande dimensão e capilaridade. Foi esclarecido também que não se esgotou ainda o prazo para o MEC apresentar o Plano de Providências (documento em que se detalham as medidas para atender às recomendações feitas).

4. Cumpre, por fim, destacar que a facilidade que a imprensa tem hoje para ter acesso a todas essas informações decorre de uma política de transparência, adotada desde a criação da CGU, sem precedentes na história do país, e que inclui até mesmo a publicação dos relatórios de auditoria na internet.

FONTE: Controladoria-Geral da União

PEC estabelece adicional de 60% para professores com dedicação exclusiva

Professores da educação básica podem passar a receber adicional de 60% para trabalhar em regime de dedicação exclusiva com carga horária de 40 horas semanais. A medida consta da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55/2013, do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que aguarda designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O objetivo é convencer os profissionais da educação básica a se dedicar a um único cargo, o que evitaria o excesso de trabalho e melhoraria o rendimento em sala de aula.

Hoje, devido ao baixo salário da categoria, que recebe em média R$ 2,5 mil, esses profissionais acumulam cargos e acabam se desgastando. Delcídio propõe que o custo do adicional fique a cargo da União, reconhecendo que estados e municípios não teriam condições financeiras de suportar o gasto.

O senador calcula que a despesa anual com o adicional seria de R$ 39,9 bilhões, o que, ressalta, corresponde a menos de 1% do produto interno bruto (PIB), que mede a soma das riquezas produzidas no país. Ele explica ainda que o montante necessário dificilmente chegaria aos R$ 39 bilhões, já que grande parte dos professores não é efetivada por concurso público de provas e títulos e nem todos aceitariam receber o adicional (que seria opcional). Em sua avaliação, para alguns profissionais poderia ser mais vantajoso continuar com mais de um emprego (e trabalhando mais de 40 horas).

Fonte: Agência Senado

Procon divulga ranking de universidades campeãs de reclamação em 2014

O Grupo Uniesp, que também tem sedes no ABC, lidera a lista com 402 reclamações recebidas entre janeiro e setembro deste ano — 112 a mais que total registrado em 2013.

De acordo com dados divulgados pelo Procon-SP, o total de queixas subiu de 1.129 entre janeiro e setembro de 2013 para 1.171 no mesmo período de 2014. Em 2012, foram 915.

As três primeiras colocadas no ranking — Uniesp, Anhanguera e Uninove — respondem por 64% das reclamações computadas no período. Em quase metade dos casos, o principal problema se refere a cobrança. Outras demandas recorrentes, como o não fornecimento de documentos escolares, problemas com contrato e prestação de serviços, totalizam 48% das reclamações.

De acordo com o Procon-SP, a média do índice de solução de problemas dessas universidades é de 73%. Para o órgão de proteção ao consumidor, a taxa de solução deve ficar acima de 95%. A instituição com o desempenho mais baixo, Anhembi Morumbi, resolveu apenas 53% das reclamações, e a Anhanguera Educacional, 54%.

Confira as campeãs de reclamação:

1º Grupo Uniesp — 402 reclamações

2º Anhanguera Educacional — 192 reclamações

3º Universidade Nove de Julho (Uninove) — 156 reclamações

4º Universidade Anhembi Morumbi — 124 reclamações

5º Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) — 74 reclamações

6º Universidade Paulista (Unip) — 61 reclamações

7º Cruzeiro do Sul / Unicid — 60 reclamações

8º Universidade Estácio de Sá — 39 reclamações

9º Universidade de Santo Amaro (Unisa) — 35 reclamações

10º Faculdade Sumaré — 28 reclamações

O que Aécio fez em Minas serve para o Brasil?

A ideia de uma gestão pública que seja eficiente e que cuida dos seus cidadãos é o que todos almejamos. Foi isso, entre tantas bandeiras, cartazes e palavras de ordem, que as manifestações de junho de 2013 pediram: que o Estado se materialize na vida das pessoas com políticas públicas e serviços de qualidade.

Ouvindo o discurso do candidato à presidência da República Aécio Neves, parece ser ele o que representaria essa eficiência de gestão e o cuidado com as pessoas. Mas a boa política se faz com o que se pratica, não com peças publicitárias. Então, é necessário discutirmos se o que o Aécio fez em Minas serve para o país.

Quando foi eleito governador, Aécio, imediatamente, pediu à Assembleia Legislativa autorização para fazer leis delegadas (que não precisam ser aprovadas pelos deputados estaduais). Durante o seu mandato foram 110 leis delegadas. O seu antecessor, Itamar Franco, assinou em todo o mandato oito leis delegadas. Mas o que isso tem a ver com o cidadão comum?

As mudanças na estrutura do Estado e seus impactos não foram discutidos com ninguém. E a forma de gestão vai definir quais são suas prioridades. Serve para o Brasil um Presidente que tem como estilo governar sem o Congresso Nacional?

Ao assumir, ele promoveu o choque de gestão, com a ideia de que o Estado deveria gastar menos com a máquina administrativa e mais com as pessoas, e que o Estado equilibraria suas contas. Após 12 anos, o saldo é extremamente negativo. O Estado não cuidou das pessoas, temos problemas estruturais nas áreas de saúde, educação e segurança pública, não temos políticas que cuidam da nossa juventude, que combatam a violência, as drogas e que promovam a educação e o ingresso no mercado de trabalho. Os programas do governo mineiro têm duas características: são programas de vitrine que não atingem a maioria dos municípios, ou são programas do governo federal que, aqui em Minas, mudam de nome.

Somos o segundo estado mais endividado do país e, ao longo dos anos, a política de novos empréstimos comprometeu para 2015 a capacidade de investimento do Estado. O choque de gestão não trouxe mais eficiência ao governo. Ao contrário, cuidou pouco das pessoas e endividou o Estado.

E o que dizer de um governante que, usando a máquina e o dinheiro do Estado, construiu uma hegemonia que beira ao estado de exceção? Aqui em Minas, a maioria dos deputados estaduais, do Tribunal de Contas, dos donos dos meios de comunicação, do Ministério Público Estadual não atua de modo autônomo em relação ao governo do Estado, mas têm uma relação de subserviência. É isso que queremos para o Brasil?

As áreas de saúde, educação e segurança pública não tiveram, nos últimos 12 anos, os investimentos e políticas necessárias para o bom atendimento à população. O governo do PSDB deixou de investir mais de R$ 8 bilhões em saúde e outros R$ 8 bilhões em educação. Isso porque não cumpriu a Constituição Federal, que estabelece o mínimo de investimento de 12% de impostos em saúde e 25% em educação. Em 2003, Aécio investiu 22,84% em educação, em 2004 investiu 21,69%, em 2005 investiu 21,34%, em 2006 investiu 18,66%, em 2007 investiu 18,73%, em 2008 investiu 20,97%, em 2009 investiu 20,28% e em 2010 investiu 19,97%.

Os números de Minas Gerais, disponíveis no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado, são diferentes da fala do candidato: 45,6% dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental têm nível recomendável de desempenho em língua portuguesa; 60% dos alunos do 5º ano do Ensino Fundamental têm nível recomendável de desempenho em matemática; 34% dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental têm nível recomendável de desempenho em língua portuguesa; 23,2% dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental têm nível recomendável de desempenho em matemática; a escolaridade média da população mineira com 25 anos ou mais é de 7 anos.

O projeto Escola de Tempo Integral beneficiou 105 mil alunos num universo de 2.238.620. Em 2010, faltavam 1.011.735 de vagas no Ensino Médio. Temos uma das contas de luz mais caras do país. Pagamos de ICMS 43% do valor que consumimos. E 100% do lucro vão para os acionistas da Cemig e não para a melhoria dos serviços prestados à população. Temos problemas com a manutenção da rede de distribuição de energia, foi constatado pelo Ministério Público do Trabalho, trabalho escravo a serviço da Cemig e a cada 45 dias morre um trabalhador a serviço da empresa.

Em Minas foi construído o primeiro presídio de parceria público-privada. E o Estado repassa, à iniciativa privada, valor mensal por preso mais do que paga a um professor.

E quando vejo o candidato posar para fotos ao lado de centrais sindicais e sindicalistas de direita, afirmando que quer conversar com trabalhador, me pergunto de onde este candidato veio, porque em Minas, não conversou conosco. As greves dos servidores públicos são frequentes e longas, com raros momentos de diálogos. O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais, que representa mais de 400 mil educadores, nunca foi recebido pelo candidato enquanto era governador. Somos o único estado do Sudeste que não tem salário mínimo regional.

Não tenho dúvidas de que quem quer eficiência de gestão e um governo que cuida das pessoas, não vota em Aécio Neves. O que Aécio fez em Minas não serve para o Brasil.

Beatriz Cerqueira

Professora, Coordenadora-geral do Sind-UTE MG e presidenta da CUT Minas

Fonte: CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação).

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