A Fepesp lamenta a saída do professor Renato Janine Ribeiro do Ministério da Educação. Há menos de seis meses, a sua escolha para a pasta foi recebida com entusiasmo pela academia, visto que é um pesquisador de referência na sua área.

Entende-se que a saída de Janine teve relação direta com a crise política, e não com a competência em gerir as demandas da pasta de Educação do Governo, pois, mesmo com cortes orçamentários recentes, a Educação responde pela terceira maior verba entre os ministérios.

O Ministério da Educação divulgou nota, na noite desta quarta-feira (30), em que confirma a saída do ministro Renato Janine do cargo.

Ele será substituído por Aloizio Mercadante, então ministro da Casa Civil, que deixou o posto numa tentativa do Palácio do Planalto de melhorar sua relação com a base aliada.

A gestão de Renato Janine no Ministério da Educação foi marcada por um orçamento limitado e certo incômodo com interferências externas na pasta –mais precisamente, do novo titular da Educação, que carrega o lema do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff, Pátria Educadora.

Dilma conversa com Mercadante, e ministro vai para a Educação

A presidente Dilma Rousseff fechou nesta quarta-feira (30) com seu ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que ele irá assumir o Ministério da Educação, que hoje é comandado por Renato Janine Ribeiro.

A saída do petista foi acertada em meio a fortes pressões de aliados do governo para que deixe a gerência do governo. Com isso, Mercadante retorna à pasta que ocupava antes de assumir a Casa Civil.

As seis centrais sindicais divulgaram nota conjunta em que condenam a fusão do Ministério do Trabalho e Emprego com o Ministério da Previdência Social. Leia abaixo o documento na íntegra.

Centrais Sindicais repudiam fusão do Ministério do Trabalho e Emprego com o Ministério da Previdência Social

O Ministério do Trabalho foi criado em 1930, por meio do Decreto n. 19.433, de 26 de novembro. Ao longo dos anos o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) sofreu alterações nas suas atribuições e competências, ocupando cada vez mais um espaço de destaque no cenário político nacional.

Sua função é discutir questões como as políticas necessárias para a criação de empregos e a geração de renda, auxílios ao trabalhador, fazer evoluir as relações de trabalho, fiscalizar, promover políticas salariais, formação e desenvolvimento para os trabalhadores e garantir segurança e a saúde no trabalho. Desta forma, a importância e a relevância política do MTE são inquestionáveis.

São preocupantes as informações de que o governo federal pretende promover a fusão do MTE com o da Previdência Social. As Centrais Sindicais consideram que isto representará um retrocesso político, que vai resultar em enormes prejuízos aos trabalhadores e à sociedade, pois irá diluir a importância de ambos os Ministérios, que tratam de questões caras aos trabalhadores da ativa, aos aposentados e pensionistas.

A ideia da fusão já foi levantada antes, resultando, por força da realidade, no modelo atual, com dois Ministérios distintos. Os MTE e o Ministério da Previdência são responsáveis por zelar de direitos inalienáveis dos trabalhadores, e o processo de fusão pode resultar em enormes danos a suas já combalidas estruturas administrativas.

Ressaltamos a necessidade de recuperarmos o papel e o protagonismo do MTE fortalecendo sua estrutura, que tem papel crucial na fiscalização, no cumprimento e aprimoramento das normas de trabalho e nas campanhas voltadas à igualdade de direitos e à diminuição dos acidentes de trabalho, motivo pelo qual a fusão não trará benefícios, podendo dificultar a atuação dos dois órgãos ministeriais.

Cumpre ressaltar que o MTE é o órgão de interlocução entre o Poder Público e os representantes dos trabalhadores, que têm por finalidade construir políticas públicas para a valorização e a melhoria nas relações do trabalho.

Ao adotar tal medida, o poder da classe trabalhadora na luta por melhorias nas condições de trabalho será enfraquecido, desequilibrando ainda mais a relação capital x trabalho.

Desta forma, considerando a amplitude e a importância de suas competências, não nos parece razoável qualquer tipo de fusão do MTE com outros Ministérios, o que constituiria grave retrocesso.

Diante do exposto, as Centrais Sindicais brasileiras manifestam sua posição contrária à fusão do MTE com o Ministério da Previdência Social, bem como requerem a modernização e fortalecimento do MTE, com o objetivo de resgatar o seu papel como Ministério estratégico na implementação de políticas permanentes de Estado e na intermediação dos conflitos naturais nas relações capital x trabalho.

São Paulo, 28 de setembro de 2015.

CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros

CUT – Central Única dos Trabalhadores

FS – Força Sindical

UGT – União Geral dos/as Trabalhadores/as

CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

NCST – Nova Central Sindical dos/as Trabalhadores/as

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