Sabe por que os professores e professoras da educação infantil e do ensino fundamental ganham menos do que os do ensino médio? Pois é, a Contee também não. E é justamente para romper com essa distorção que a entidade lançou a campanha nacional “Professor é Professor. Diferentes, mas iguais”, em defesa da equiparação salarial na educação básica, um direito que os estabelecimentos privados de ensino relutam em aceitar.

É preciso ressaltar que não há qualquer justificativa para que docentes com a mesma formação níveis de exigência e intensidade de trabalho semelhantes não recebam os mesmos valores hora-aula. Por isso, como defende a campanha: “Equiparação salarial na educação básica é o mais justo”.

A campanha é voltada para a conscientização de pais, estudantes, donos de escolas e toda a sociedade. E o engajamento de todas as entidades filiadas será essencial para que sejam alcançados reflexos efetivos nas negociações coletivas já em curso em todo o Brasil. Por isso, é fundamental que a campanha seja uma parceria da Contee com os sindicatos e federações filiados em todo o Brasil.

Falta pouco para o Congresso Nacional - senadores e deputados federais – decidirem se mantém ou se derrubam o veto à correção de 6,5% na tabela do imposto de renda. Desde o dia 4/3, a matéria está trancando a pauta do Congresso e por isso tem precedência sobre todas as outras proposições.

A votação estava prevista para o dia 3/3, mas acabou não acontecendo. Ainda não há data marcada, mas é possível que ela ocorra na próxima semana, entre os dias 9 e 15/3.

O governo havia corrigido a tabela em 4,5% por meio de uma medida provisória em abril do ano passado. A MP caducou sem ser votada. Em dezembro, foi a vez de o Congresso aprovar um reajuste de 6,5%, um pouco acima da inflação em 2014,(INPC, 6,23%ou IPCA, 6,41%). A correção acabou vetada pelo governo, que se comprometeu a editar uma nova medida provisória, restituindo os 4,5%.

O fato é que já entramos no terceiro mês de 2015 e até agora, nem sombra da nova tabela. É inaceitável!

Segundo a mensagem de veto, a correção em 6,5% produziria uma renúncia fiscal de R$ 7 bilhões. Não se sabe se o montante está correto, mas a expressão “renúncia fiscal” é equivocada. Afinal, ninguém renuncia àquilo que não tem.

Transferência compulsória

Com os salários corroídos pelo custo de vida elevado, sindicatos e trabalhadores se viram como podem para repor as perdas salariais e manter o poder aquisitivo, pelo menos parcialmente. Ao não atualizar a tabela ou corrigi-la abaixo da inflação, a Receita se apropria de um dinheiro que não lhe pertence. Aumenta arrecadação transferindo compulsoriamente parte da receita do trabalho. É justo?

Não é um fato novo. Entre 1994 e 2014, a inflação (INPC) chegou a quase 232% e a tabela do IR foi atualizada em apenas 99%.

O maior responsável por esta façanha tem nome certo: o governo do PSDB. Entre 1996 e 2002, a tabela foi corrigida em apenas 17,6% contra uma inflação de mais de 67% !

A partir de 2005, a tabela e as faixas de dedução passaram a ser corrigidas anualmente em 4,5%. Esta política, fruto de negociação entre os governos Lula e Dilma e as centrais sindicais, deu um refresco à voracidade do Leão, mas ainda assim, o saldo é desfavorável aos trabalhadores. Evidentemente, nada que se compare à tragédia da Era FHC.

Excelentíssimos (as) senhores(as) deputados(as),

Como entidade sindical de terceiro grau que representa cerca de 1 milhão de professores(as) e técnicos(as) administrativos(as) que atuam no setor privado de ensino, da educação infantil à superior, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee vem defender a importância da aprovação do Projeto de Lei 4.372/12 do Poder Executivo, que cria o Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior (Insaes).

Foi um passo significativo o Plenário aprovar, no último dia 3 de março, o requerimento para que a matéria – que tramita há mais de dois anos – seja votada em caráter de urgência. Agora, esperamos que a criação do Insaes possa ser definitivamente avalizada pela Câmara, o que se configurará numa significativa conquista no sentido de assegurar ao Estado condições de exercer seu papel de zelar pela qualidade da educação, tanto pública quanto privada, essencial para um projeto de desenvolvimento e soberania nacional.

Muitos são os argumentos da Contee em defesa da criação do Insaes. Um deles é a necessidade de fortalecer instrumentos capazes de combater o nocivo processo de financeirização e desnacionalização do ensino superior no Brasil. Para a Confederação, um dos pontos-chave do PL que institui a nova autarquia é aquele disposto no inciso XII do artigo 3º, o qual determina, entre as funções do Insaes, a prerrogativa de “aprovar previamente aquisições, fusões, cisões, transferências de mantença, unificação de mantidas ou descredenciamento voluntário de Instituições de Educação Superior integrantes do sistema federal de ensino”. Tal mecanismo – que sofreu ataque durante a votação na Comissão de Finanças e Tributação, mas foi vitoriosamente mantido – define, na prática, que qualquer fusão ou incorporação de empresas do setor precisa de autorização prévia do órgão – e, por extensão, do Ministério da Educação –, e não apenas do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), uma vez que não se caracteriza como uma operação financeira qualquer, de compra e venda de mercadorias, mas como um direito constitucional de cada cidadão, que o Estado tem por dever ofertar.

Outro ponto considerado fundamental pela Contee é o que estabelece a exigência, para credenciamento e recredenciamento de cursos, de que as IES estejam em regularidade perante as fazendas federal, estadual e municipal, a seguridade social, o fundo de garantia e a Justiça do Trabalho. Além disso, o Insaes é fundamental também para garantir as condições de oferta quando das fusões, aquisições e cisões. Essas são medidas imprescindíveis para combater a incorporação desmedida de instituições brasileiras de educação superior por grupos financeiros nacionais e internacionais que, depois de adquiri-las, promovem mudanças internas cuja finalidade é reduzir despesas e maximizar lucros. Isso acarreta modificações em projetos pedagógicos de cursos que já passaram por avaliação, demissão de mestres e doutores e rebaixamento da formação dos estudantes e profissionais, em total despreocupação com um projeto de desenvolvimento para o país ou compromisso com uma educação de qualidade.

Sobre o argumento explicitado por alguns parlamentares de que a criação de mais um órgão federal seria “desperdício” de recursos públicos num momento de contenção de despesas e se assemelharia a um “trem da alegria”, a Contee ressalta que ele não condiz com a realidade. Atualmente, o procedimento de avaliação de cursos e instituições tem gerado inúmeros processos, em quantidade incompatível com a estrutura e o número de funcionários da Secretaria de Regulação do Ministério da Educação, que não tem conseguido dar conta desta atribuição tão importante. Tanto o alerta é verdadeiro que, recentemente, o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo recomendou que o MEC contrate 450 servidores, entre analistas e técnicos, em um prazo de seis meses, para acompanhar e supervisionar as instituições de ensino superior. Na avaliação do procurador regional dos Direitos do Cidadão, Pedro Antônio de Oliveira Machado, a falta de estrutura para o trabalho de acompanhamento e supervisão das instituições federais e privadas de educação superior contribui para a baixa qualidade dos cursos, o que provoca danos aos estudantes e prejuízo aos cofres públicos.

Há que se frisar também que esse excesso de processos é acarretado por cursos e instituições que não conseguiram a nota mínima nas avaliações aplicadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) porque não investem em qualidade e porque não respeitam as exigências mínimas colocadas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Assim, a principal atribuição do Insaes é, na verdade, garantir o que preconiza o artigo 209 da Constituição da República, assegurando que o ensino seja, sim, livre à iniciativa privada, mas desde que respeitados o cumprimento das normas gerais da educação nacional e a exigência de autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. O PL 4.372/12 fortalece a supervisão e a avaliação e procura regular um sistema complexo, permitindo a atuação de instituições sérias e com compromisso social.

Diante das justificativas expostas, a Contee confia que os(as) senhores(as) deputados(as) votarão a favor da aprovação do Insaes, fazendo jus ao papel do Poder Legislativo de defender uma educação de qualidade no país e contribuindo para melhorar a formação da juventude brasileira.

Brasília, 4 de março de 2015.

Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino – Contee

A Fepesp e os sindicatos voltarão a se reunir com representantes do Sesi e do Senai hoje, dia 05/03. Nesta terceira rodada de negociação, as entidades pretendem apresentar novas reivindicações, especialmente as de natureza econômica.

Reajuste salarial de 10%, abono por tempo de serviço e pagamento pelo trabalho acrescido por novas tecnologias (diário de classe digital, por exemplo) são exemplos de cláusulas econômicas.

Boletim Sindical

Começa a circular na próxima semana o Boletim Sindical 9, que trata da Campanha Salarial 2015.

O Sindical é um boletim exclusivo para para professores e técnicos de ensino do Sesi e do Senai. Editado pela Fepesp, o material é distribuído pelos sinidcatos nas escolas.

Se você leciona em alguma unidade do Sesi ou do Senai, mas não tem acesso ao boletim, basta enviar um e-mail para a Fepesp (Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.). Nós enviaremos um exemplar pelo correio.

Apeoesp envia carta a professores indicando greve em março

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) decretará greve geral a partir do dia 13 de março, em protesto contra os cortes de verba para Educação, a falta d’água no estado e o desprezo do governo de Geraldo Alckmin em relação às pautas dos trabalhadores. A categoria, em carta enviada aos professores de São Paulo, fez um balanço do primeiro trimestre de 2015 e indicou as principais pautas do movimento.

“Reivindicamos 75,33% de aumento, necessários para a equiparação salarial com os profissionais com nível superior completo (como determina a meta 17 do Plano Nacional de Educação) rumo ao piso do DIEESE por jornada de 20 horas semanais de trabalho”, indica a carta, assinada pela presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha.

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