Hoje, 29 de maio, as entidades sindicais e os movimentos sociais estão nas ruas de todo o Brasil por direitos e contra a onda conservadora da direita que quer aproveitar a crise para derrubar as conquistas da classe trabalhadora. Um dos protestos é contra p Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30/15 (antigo PL 4.330), que abre as portas para uma terceirização sem limites, rasgando a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e retirando os direitos trabalhistas. A proposta, aprovada pela Câmara e em análise no Senado, com a desculpa de supostamente regulamentar a situação dos terceirizados já existentes, visa a beneficiar exclusivamente os empresários, que se valem dessa prática nefasta para precarizar ainda mais relações de trabalho, reduzindo salários e aumentando os riscos de acidentes e mortes no trabalho, com o único objetivo de ampliar ainda mais seus lucros à custa dos trabalhadores e trabalhadoras.

E segundo dados, não diminui a violência no país, pelo contrário

No dia nacional contra a redução da maioridade penal (27) foi lançado o site maioridadepenal.org.br da Fundação Abrinq (para ter acesso ao site, clique ao lado esquerdo, no saiba mais). O MAIOR idade penal é um espaço de concentração, compartilhamento e disseminação de informações qualificadas a respeito do debate da proposta tramita no Congresso Nacional, a PEC 171/93. As informações contidas no site vai desde o que é a PEC, como está a tramitação no congresso, dados e argumentos, entre outros, até enviar email para pressionar seu deputado. É fundamental que todos e todas que são contra a redução da maioridade penal juntem-se ao movimento, tanto pessoalmente quanto virtualmente, e o site tem informações necessárias para participar. Os deputados que apoiam a PEC é maioria na comissão especial que neste momento discute a proposta e eles alegam que a redução da maioridade penal vai melhorar a violência no Brasil.

O fato de 87% da sociedade se mostrar a favor da redução da maioridade penal não significa que o resultado será uma diminuição da violência no País. A opinião é de vários especialistas no assunto, como o advogado Ariel de Castro Alves, especialista em políticas públicas e ex-integrante do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA). Para ele, “reduzir a maioridade penal é um atestado de falência do sistema de proteção social e defender a diminuição da maioridade penal no calor da emoção não garante o combate às verdadeiras causas da violência no país”. A certeza da punição é o que inibe o criminoso, e não o tamanho da pena”.

Enquanto a mídia promove um debate sobre o tema, que utiliza como porta-vozes apresentadores de programas sensacionalistas na TV, em Brasília há uma frente de Ministérios, encabeçada pela Secretaria Nacional de Juventude, disposta a esclarecer pontos importantes, cujos argumentos desconstroem a ideia higienista de setores conservadores da sociedade e que, por sua vez, acabam por contaminar a opinião pública. O Secretário Nacional de Juventude do Governo Federal, Gabriel Medina, explica que a frente tem ação conjunta com outros órgãos de direitos humanos, movimentos sociais e conselhos como CNPIR - Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial e o próprio CONANDA. “A gente entende que o debate deve envolver todos os setores da sociedade”, explica Gabriel.

Paralelamente, a Secretaria Nacional de Juventude, segundo Gabriel, tem produzido materiais explicativos sobre o tema. Ele relata que o governo cria, mas “também apoia iniciativas populares”. As publicações subsidiam o debate com a sociedade e auxiliam na realização de audiências públicas e de plenárias com os movimentos sociais. Um dos principais argumentos utilizados nos materiais é uma visão específica sobre o jovem. Gabriel Medina afirma que menores de 18 anos não devem ser vistos como autores e sim, como vítimas da violência já que 36% dos jovens são mortos no país e apenas 0,1% cometem crimes hediondos.

O sistema carcerário brasileiro apresenta dados nada animadores. Em 2014 eram 574 mil pessoas presas no País, o que representa a quarta maior população carcerária do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, com 2,2 milhões; da China, com 1,6 milhão; e da Rússia, com 740 mil. Segundo a Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal, o sistema penitenciário brasileiro NÃO tem cumprido sua função social de controle, reinserção e reeducação dos agentes da violência. Ao contrário, tem demonstrado ser uma “escola do crime”. A conclusão é de que nenhum tipo de experiência na cadeia pode contribuir com o processo de reeducação e reintegração dos jovens na sociedade. O Secretário Nacional de juventude ainda afirma que esse, definitivamente, não é um espaço em que o adolescente possa se ressocializar, já que a taxa de reincidência no sistema prisional é de 70%. E analisando sob essa ótica, a da realidade dos ambientes nas prisões, Gabriel, sem medo de cair no senso comum, afirma que a prisão é lugar onde há a graduação no crime. Seria esse um local apropriado para “depositar” o jovem infrator? Gabriel Medina afirma que não: “A faixa etária dos 12 aos 18 anos é um momento peculiar do desenvolvimento biológico, social, psicológico e até neurológico em que o Estado precisa ter atenção especial que gere condições específicas para essa população se desenvolver de forma adequada e não voltar à criminalidade”.

Se o índice de reincidência é de 70%, facilmente conclui-se que o sistema prisional não resolve o problema da violência e, com cadeias dominadas pelo crime organizado, a tendência é justamente o inverso e evolve os adolescentes. Na opinião de Gabriel, eles voltariam ainda mais violentos à sociedade e não ressocializados. “É necessário deixar claro que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) já tem medidas punitivas. Não é verdade que não haja punição. Muitos adolescentes ficam internados e não são lugares maravilhosos, ão lugares onde as pessoas ficam fechadas e é preciso ter ações que os ressocializem”. Ele completa: “reduzir será um prejuízo para a juventude brasileira”.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deu um golpe e conseguiu aprovar a constitucionalização do financiamento privado de campanha. Foram 330 votos favoráveis, 141 contra e 1 abstenção.

Agora, com o modelo aprovado, as empresas doam exclusivamente para os partidos políticos, que farão a partilha entre os candidatos. Os políticos poderão receber doação direta somente de pessoas físicas. Os limites de contribuição será determinado por lei.

O processo

Sem qualquer pudor, logo na abertura da sessão, por volta das 16h, Cunha anunciou que colocaria o financiamento privado para ser votado. Parlamentares do PT, Psol e PCdoB protestaram contra o segundo turno proposto pelo presidente da Casa.

“Nós não entendemos que pode haver reversão sobre o que a Casa decidiu. Mudar o sistema de forma abrupta, colocando em risco o futuro do País, é um erro absurdo”, afirmou o deputado federal Sibá Machado (PT-AC), líder da bancada petista na Câmara.

Chico Alencar (PSOL-RJ) protestou e lembrou do ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), preso na manhã desta quarta-feira (27) por corrupção. “Essa votação é antirregimental. É um jogo extra, à lá José Maria Marin. Vai se constituir os partidos S.A., o partido da Friboi, da Odebrecht e dos bancos”. Ao seu lado, o também deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) gritou: “É uma marmelada.”

A doação de empresas para campanhas e a manobra de Cunha geraram criticas da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RS). “Isso não é aceitável em nenhuma democracia do mundo. Pessoa jurídica não vota e não deve participar do processo eleitoral”, afirmou a parlamentar.

O golpe

O presidente da Câmara dos Deputados driblou um acordo que fez no colégio de líderes com os partidos e colocou em votação, nesta quarta-feira (27), a constitucionalização das doações de empresas aos partidos.

Na última terça-feira (26), horas antes de sofrer uma derrota acachapante na Câmara, Cunha se reuniu com lideranças dos partidos e decidiram que seria feita uma única votação sobre financiamento privado, sem desmembrá-la, ou seja, sem analisar a doação direta para candidatos ou para partidos.

O recuo guarda uma especial ligação com o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 4650, proposta pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Superior Tribunal Federal (STF).

O julgamento foi interrompido no dia 2 de abril de 2014, quando Gilmar Mendes pediu vista do processo e a sessão foi suspensa. Nesta data, o processo já havia recebido seis votos favoráveis e um contrário, ou seja, maioria configurada.

Uma palestra com o advogado Miguel Nagib em um seminário do Sindicato do Ensino Privado (Sinepe-RS) nesta terça-feira provocou polêmica no Estado. Nagib é o idealizador de um projeto que tramita na Câmara dos Deputados para combater a doutrinação política e ideológica nas salas de aula. Inspirado na ideia dele,outro projeto de lei foi protocolado na última semana na Assembleia Legislativa pelo deputado Marcel van Hattem (PP).

O Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro) aprovou uma nota de repúdio, em assembleia no fim de semana, contra a palestra de Nagib no evento, intitulada “Ideologização nas escolas: o abuso da liberdade de ensinar”. O repúdio se estendeu ao projeto de lei.

O Sinpro entende que as escolas compreendem um espaço político. “O cinismo da ‘escola sem partido’ explicita que o ‘sem partido’ é partidário, sim, de uma concepção ideológica evidente: a ideologia liberal conservadora, alheia à agenda dos direitos humanos, avessa aos movimentos sociais, suas reivindicações e a repercussão dessas no mundo da escola”, diz a nota de repúdio do sindicato.

O diretor do Sinpro Cássio Bessa diz que o professor tem um papel social dentro da escola. Para ele, a liberdade de opiniões já está presente na Constituição e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).

“No bojo da questão, o projeto de lei desrespeita a constituição e a LDB, que estabelecem o direito à cidadania, à liberdade, à tolerância”.

Ele ainda frisou que o sindicato é contra a propaganda política dentro da sala de aula, mas que a liberdade do professor de ensinar precisa ser respeitada. “Nós defendemos a autonomia do professor para ministrar o trabalho dentro do projeto político-pedagógico da escola”.

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